Me falaram que A Origem era o filme do ano.
Fui conferir porque sou muito teimosa.
Se eu tivesse ouvindo a minha intuição teria me poupado das duas horas de extrema tortura psicanalítica.
Não sou crítica de cinema.
Tampouco me considero cult cinéfila.
Apenas sei o que me agrada ou não.
E A Origem não me decepcionou.
Acabou sendo a chatice que eu previa.
O ritmo ágil não me enganou.
É lixo embrulhado em papel caro.
Mas lá no fundo....
Nota-se a pretensão de ser algo inesquecível.
Não funcionou pra mim.
Pelo menos serviu como sonífero.
Dormi bem num só sonho e desejo: Deletar da minha mente mais um filminho comestível de Hollywood.
O final de semana termina com um vento frio que vem da porta aberta. Sexta-feira com cheiro de café e cigarro menta...um beijo...o carinho por baixo do edredon...meia luz que pode ou não trazer um sábado cheio de luz.
Teu nariz no meu pescoço
&
o suor
Escorrendo pelas costas
Tuas mãos nelas
As minhas nas tuas
Coxas nas coxas
Joelhos se
roçando
um a um
Meus seios
Teu peito
Arfantes
São poemas
De amor
Tango
Sangue
Unhas nas tuas palmas
Braços embolando-se
Somos nós
Meu amor
Mais uma música
Um
Outro tango
Por favor.....
Torcer pelo Botafogo é viver no inferno
da incerteza.
É chorar quase sempre
sorrir sem motivo
se embebedar porque perdeu de novo
sonhar que meteu cinco gols no adversário
e levar três
apanhar dos outros
sofrer chacota dos outros
e ainda assim
amar
de verdade a estrela solitária.
Ser botafogo
não tem explicação
nem terapia que dê jeito
é caso de loucura
quem nem a mais longa internação
resolve.
Ser botafoguense
é crer em todas as mentiras
e ainda ser apaixonado
mesmo tendo a certeza
de que milagres não existem .
Não faz mal
o azarado botafoguista
sobrevive a tudo
por amar
de coração
essa inefável
certeza de ser predestinado.
Assumidamente gay
mulher
ciumenta
estranha
relaxada
intolerante
crítica
fresca
casada
imprevisível
pacata
infernal
patética
solidária
frenética
amarga
cruel
doce
quase meiga
porém
egoísta
gorda
comilona
dietética
magra
sem peso
feliz
depressiva
eis-me
aqui
presente
na sala de aula
aprendendo a me olhar
nos espelhos tortos
da minha mente.
O nome desse blog não é em homenagem ao filme O Divã.
Pelo contrário.
O filme é tão falsificado quanto um celular made in china.
Criaram a primeira paciente feliz do planeta.
A mulher não sente dores.
Não sofre.
Acha bom ser traída.
Aceita a separação.
É chutada pelo amante e passa adiante.
Namora um clubber estúpido sem culpa.
Enfim.
Ela é o protótipo da mulher perfeita que se basta.
O que seria então o terapeuta?
Um simples ouvinte de fofocas íntimas e pessoais.
Lília Cabral irrita o tempo todo.
Seu sorriso maniqueísta, o sotaque comum de qualquer lado do país.
Não entendo e faço questão de nem pensar sobre o assunto.
porque lixo é lixo.
Mas, sentimento verdadeiro não brota
de verborragia feminista sem sentido.
E Gianecchini é bonito sim
mas eu ainda prefiro um javier bardem com o nariz torto
e os dentes amarelados pelo cigarro.
simplesmente, porque a beleza me interessa mais quando vem defeito de fabricação.
Hoje tem Dexter no FX.
Ao se humanizar ele perdeu um pouco da autenticidade
ao querer se perder na multidão
se perdeu de si mesmo tb.
Quem ele é?
O homem atormentando por dentro?
O marido e bom pai que Rita tanto quer?
Não sei.
Contradições estragulam o personagem.
Consequentemente
me vejo confusa entre gostar ou odiar a quem eu admirava.
Esse Dexter bonzinho controladamente sociável
sofre as consequências por reprimir seus crimes.
Finalmente, a sociedade comeu a alma do último vilão que valia a pena.
Assisto por teimosia, dói confessar que Dexter perdeu seu brilhante discurso de destruição....
Com o rosto grudado no vidro
o vento transborda por dentro
driblando meu medo
de altura
me joga
me tripudia
me humilha
diante da imensidão da vida
da qual tanto temo
e fujo
quase renego
simplesmente
porque não me interessa
o que pode vir
com a última chuva de verão
dane-se
as tempestades
meu ombro rajado
há de me conter
as lágrimas
para que eu
possa
alcançar
o esperado fim
da eternidade
nunca antes vista
Comprei mais um sofá
Coloquei
Na sala
ao lado
de um puff verde
A estante decorei
Com fotos da última viagem
muitas sacolas
compras
Macy”s
Tiffany
5ª Avenida
visitei museus
participei de leilão
não comprei nada
mas estive lá
na calçada da fama
ganhei nas máquinas
de Las Vegas
dirigi por highways
meu conversível
dormi em motéis
de road movies
Norman Bates não me visitou
comi hot dogs
em Manhatan
olhando para túmulo das
torres gêmeas
tive que comer correndo
com medo de outra explosão
gastei muito dinheiro
vivi o glamour
que somente os Estados Americanos têm
não vi decadência
nem fome
mas vi
o medo
nos olhos do policial
a raiva estampada
no vendedor de liquidação
estacionamentos que parecem
campo de concentração
com milhares de Mercedes
BMW
Porsches
Vigiados por cães
Valentes
Rosnando
em busca de suspeitos
de preferência negros
ou árabes
tive que voltar
correndo
me confundiram com
um terrorista
sul-americano
qualquer
tomaram meu passaporte
revistaram minhas
roupas
ficaram
com a blusa da seleção
e perguntaram pelo
Pelé
estava aberta a temporada de caça
muitas armas apontadas na minha cabeça
mas não tive medo
estava no país da liberdade
Deixei muita grana por lá
dei grandes gorjetas
trouxe o sonho comigo......
Comprei outro sofá
Hoje
Meu cartão não
Estourou
Ainda tem aquele carro
Pra comprar
E muito espaço
Na prateleira
Quem sou eu
- Cláudia Pereira
- Uma pessoa que se procura nas telas grandes e pequenas, do VHS à 3D...
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